quarta-feira, 3 de abril de 2013

O debate no campo das idéias deve ser o centro das discussões da sociedade


A distorção de valores e as desigualdades sociais são chagas expostas em países em desenvolvimento como o Brasil.

O "Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus" anunciado por Jesus Cristo perdeu o sentido quando se assiste crianças abandonadas, drogadas, maltratadas e até atiradas em latas de lixo nos primeiros dias de vida.

Também o "Honrar pai e mãe" foi deixado de lado quando os filhos, amparados pela Lei, desonram e tratam com descaso seus pais que sequer podem repreendê-los.

A Escola, que deveria ser um Centro de Educação, transformou-se num mero espaço de repasse de informações. Crianças e jovens mal educados em seus lares não encontram a Educação na Escola onde a Lei limitou  o espaço do Professor.

As autoridades, de todos os níveis, indistintamente, estão de "pés e mãos atadas", quer por limitações legais, incompetência, comodismo ou conveniência. Desta forma, a "panela de pressão social" acelera o processo de explosão, fazendo com que a vida perca seu sentido.

No Brasil se mata mais do que em qualquer guerra no mundo, pois a certeza da morosidade da Justiça, das alternativas da Lei e da própria Impunidade estimulam o criminoso que mata por qualquer "vintém".

Autoridades que deveriam dar exemplo em suas condutas, em muitos casos, brincam de ser deuses, enquanto muitos se acham o próprio.

O cidadão, revoltado com a doença social, assiste a um "ladrão de galinha", que foi em busca do sustento de seus filhos, ser preso, condenado e atirado no meio de bandidos, enquanto políticos e autoridades corruptas, em todas as esferas, e filhos de "abastados financeiramente", permanecem soltos.

O "ter" passou a ser moeda de peso, de caráter e princípio. E o "ser" motivo de chacota, invertendo-se, desta forma, os valores da sociedade.

A situação é doentia e a sociedade, que é vítima também é o algoz de seus próprios sofrimentos, faz com que a maioria chegue à conclusão de que tudo isso é "normal".

Médicos brincam de ser Deus, decidindo quem vive e quem morre, quem deve continuar sofrendo e quem deve ter suas dores amenizadas, visto que o valor do dinheiro há muito suplantou o humano e também isso tem sido considerado "normal". Será?

Quem decide somos nós!

"A verdade vos tornará livres" e apesar de doer, é ela que deve prevalecer em todos os parâmetros da vida, para que a explosão ou implosão social não desabe sobre nossas próprias cabeças.

O "ser" deve prevalecer sobre o "ter" para que todos, indistintamente, sejam parte integrante de uma mudança que pode realizar a grande transformação social.

O debate no campo das idéias deve ser o centro das discussões da sociedade, desperta da alienação em que vive.

   Albino Neves

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