Carangola: Quem governará até 2016?

Luiz César, eleito Prefeito de Carangola, além de ter a mulher Prefeita de Pedra Dourada, apresentou bens que não possuía, segundo Certidões apresentada em recurso.

Antes mesmo das eleições de outubro de 2012, a então Juíza Eleitoral de Carangola, Dra. Edna Márcia Lopes Caetano, previa “prejuízos irreversíveis” com a divulgação de uma pesquisa eleitoral que não observava o cumprimento das exigências do TSE, de acordo com a Resolução 23.364/2011, pesquisa esta favorecendo ao então candidato a Prefeito Luiz Cesar Soares Ricardo e ao vice Flávio Dias Queiroz da Coligação Trabalho e Progresso. O Despacho da Juíza deu-se após uma representação feita pela Coligação Carangola para Carangolenses. A pesquisa inundou todo o Município poucas horas antes do pleito. Se ela influenciou ou não, não se pode afirmar.

No entanto, apuradas as Urnas, Luiz Cesar, que aparecia em terceiro lugar foi o vencedor, contrariando pesquisas eleitorais encomendadas pelas Coligações “Carangola para Carangolenses”, que tinham como candidatos a Prefeito o ex- Deputado Paulo Pettersen e “O Progresso Vai Continuar”, que tinha como candidato o então Prefeito Patrick Drumond, que apareciam nas pesquisas encomendadas como primeiros colocados, empatados tecnicamente.

A diferença nas Urnas entre o primeiro colocado Luiz Cezar e o segundo Paulo Pettersen foi de 3,42% dos votos, fato que surpreendeu a maioria da população.

Diante do resultado e face a supostos vícios eleitorais, Paulo Pettersen e a Coligação Carangola Para Carangolenses, ajuizou uma representação no dia 29 de dezembro de 2012 contra Luiz Cesar e Flávio Dias Queiroz pelo fato de, segundo o Advogado de Pettersen, Dr. Wenderson Advincula Siqueira, haverem supostas irregularidades na prestação de contas à Justiça Eleitoral, dentre as quais se destacam “gastos não computados e contribuição financeira pessoal não informada na declaração de bens”.

Outro fato apontado pela Coligação Carangola Para Carangolenses foi que o patrimônio apresentado por Luiz Cesar à Justiça Eleitoral e que serviu de base inclusive para que ele tivesse favorável em 1ª Instância Despacho a seu favor não correspondia à realidade, conforme assim declaravam Certidões Oficiais de Cartórios.

Em 14 de junho passado, o Procurador Regional Eleitoral Dr. Eduardo Morato Fonseca, após várias citações, frisou que “A ausência de comprovação da regularidade de doação de recursos próprios para a campanha, entendo como adequada a reforma da sentença hostilizada, aplicando-se aos recorridos Luiz Cesar Soares Ricardo e Flávio Dias Queiroz, a sanção de cassação dos respectivos diplomas”.

                                       Paulo Pettersen, que perdeu as Eleições por 3,42% de votos a menos, disse que confia na Justiça e que aguarda confiante.

Passados nove meses da representação a mesma ainda não foi julgada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais até o fechamento desta edição, fato que tem trazido grandes prejuízos à população, tendo em vista que ainda é desconhecido legalmente o nome de quem governará Carangola até 2016, se Luiz Cesar ou Paulo Pettersen.

Se de um lado, a corrente ligada a Cesar alega que “querem ganhar a eleição no tapetão”, por outro a Corrente ligada a Pettersen assegura que “isso não é verdade” enfatizando “quem não cumpriu aquilo que determina a Justiça Eleitoral foi Luiz Cesar, portanto, trata-se de uma questão de Direito e de Justiça, tendo em vista que a Lei foi feita para estipular regras e ser cumprida”.

É bem verdade que a Lei foi feita para ser cumprida, mas também é verdade que tanto Pettersen quanto Patrick menosprezaram a candidatura de Luiz Cesar, degladiando-se ambos, acreditando que pelo fato de ele ser de Pedra Dourada, não ter residência fixa em Carangola e ter sua mulher como candidata a Prefeita e que, aliás, foi eleita para o cargo em Pedra Dourada, não teria chance de ser eleito Prefeito de Carangola. Diante dos fatos preferiram deixar que sua candidatura acontecesse, acreditando cada um que ele tiraria voto do outro.

Manifestações tem sido feitas criticando a atual Administração Municipal, bem como o fato de o Prefeito Luiz Cesar declarar publicamente que a Prefeitura está desprovida de recursos, mas, no entanto, adquirir um terreno por mais de R$ 2,2 milhões (dois milhões e duzentos mil reais), fato que, aliás, gerou uma denúncia protocolada junto ao Ministério Público.

A denúncia de superfaturamento na aquisição de terreno foi inclusive motivo de manchete no jornal Hoje em Dia de 17 de agosto, intitulado “Prefeitura compra terreno acima do valor em Carangola”. Luiz Cesar, que já declarou várias vezes não dar entrevista ao jornal Folha da Mata, disse ao Jornal Hoje em Dia que o valor foi “barato” e alegou que “o Município não tinha área para receber investimento dos Governos Federal e Estadual, agora vamos nos candidatar a eventuais projetos e temos terreno para recepcionar estes projetos”

Indiferente à sentença que será proferida pelo TRE/MG, o fato é que a lentidão do processo tem trazido sérios prejuízos para o povo carangolense, o que pode ser visto nas manifestações públicas criticando a situação da Educação e da Saúde Municipais.

Como já dissemos, Luiz Cesar se nega a dar entrevista à Folha. Já Paulo Pettersen limitou-se a dizer que tudo se encontra dentro do processo e é de conhecimento do povo de Carangola, portanto está na mão da Justiça, e arrematou “e eu acredito na Justiça e que ela seja feita”.

O vice-Prefeito Flávio Dias Queiroz já havia dito à Folha que “não iria comentar o fato até o final do processo”.

A pouca vergonha e a imoralidade pública continuam existindo

Para o político sem princípios, as manifestações que surgiram em todo o Brasil de Norte a Sul nada dizem, pois continua falando mais alto a “Lei de Gerson”, a lei de “levar vantagem em tudo”.

A pouca vergonha e a imoralidade pública continuam existindo, quer nas compras superfaturadas, quer no apadrinhamento e no favorecimento ilícito, quer na absolvição de corruptos comprovados, num total sinal de desrespeito ao povo brasileiro, ou melhor, como o dito popular “estão cagando e andando” para o povo.

Como diria Boris Casoy, “isto é uma vergonha!”. Com a corrupção institucionalizada, não sobra um poder que esteja isento deste malefício que tantos danos têm causado ao país. “Isto é uma vergonha!”.

Fazer o quê? Se antigamente “um fio do bigode” era o suficiente para apalavrar um negócio ou um compromisso, hoje nem papel assinado garante o compromisso empenhado. “Isto é uma vergonha!”.

O pior de tudo é que muitos homens de bem sentem vergonha de ser de bem, pois quando se manifestam contrários ao sistema corrupto e perverso tornam-se alvo de achincalho pelos verdadeiros “pulhas” da sociedade. “Isto é uma vergonha!”.

A defesa dos interesses pessoais e de grupos tenta prevalecer a todo instante sobre os interesses da maioria. Vide o caso dos médicos em que ninguém quer ir para onde não corre dinheiro, mas quer fechar as portas para aqueles que querem exercer a medicina cumprindo com o compromisso assumido no momento do juramento feito para o exercício da profissão. “Isto é uma vergonha!”.

Com poderes comprometidos entre si fica difícil para o povo saber a quem recorrer quando vê seus direitos aviltados, fato que gera intranquilidade e o desconforto nacional. “Isto é uma vergonha!”.

Procurar homens honestos na política é o mesmo que procurar “agulha no palheiro”. Não que os homens honestos não queiram dar sua cota de contribuição para o bem do país e para amenizar a dor alheia, mas porque o povo quando apoia um político corrupto, mostra que não é vítima do sistema, mas cúmplice do mesmo. “Isto é uma vergonha!”.

O homem público que não se incomoda com a dor do outro não pode ser homem público, pois o princípio daquele que se propõe a representar o povo deveria ser o servir ao invés do ser servido.

A cumplicidade do povo com o sistema ao qual ele mesmo repudia é que sustenta esse sistema doente.

O povo tem que aprender que não precisa que ninguém fique rindo para ele pelos cantos da cidade em época de eleição, e muito menos que se apresente com salvador da pátria, sem que tenha conteúdo concreto a apresentar, pois se o povo não aprender a adquirir a verdadeira consciência dos seus Direitos e Deveres, estará sempre colocando raposas para tomar conta do galinheiro.

A eleição passada trouxe um quê de diferente das demais eleições, pois as redes sociais serviram de verdadeiros palanques eleitorais onde os mal intencionados procuravam desmerecer e desacreditar todas e quaisquer denúncias que fossem feitas contra aqueles abutres da política. Verdadeiros carniceiros que afiavam suas unhas e seus bicos para eleger políticos que sabiam que iam subtrair dos Cofres Públicos o que pudessem, não se preocupando quantas bocas passam fome, quantas crianças não têm educação ou vivem nas drogas, quantos velhos ficariam desprotegidos, quantos doentes ficariam sem remédios, enfim, quantos que menos tem ficariam ainda mais desamparados. “Isto é uma vergonha!”.

E nós perguntamos: Onde estão os arautos das redes sociais, que com prepotência e arrogância, descaso e desrespeito, tratavam cidadãos de bem de forma ultrajante? Onde estão os “pulhas” da sociedade que contribuem e colaboram para eleger corruptos e maus-caráter para representar a sociedade da qual eles mesmo fazem parte?

                                                                Albino Neves

“Aquele que não se alimenta do Verbo tem fome, medo e sede, desconhece o verdadeiro caminho para a felicidade”.

Albino Neves

Idosos carecem de maior apoio da sociedade para terem melhor qualidade de vida

Quase um centena de idosos encontra-se abrigada no Lar Divina Providência, Lar Evangélico e Sociedade Carangolense de Proteção e Assistência ao Idoso.

Diz o Estatuto do Idoso que “todos eles devem gozar de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, da mesma forma que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito à convivência familiar e comunitária”. Se tais direitos fossem respeitados, todo cidadão brasileiro poderia envelhecer com a tranquilidade da proteção e respeito, tanto da família quanto da sociedade. Mas não é assim que funciona.

Uns poucos abnegados cidadãos, tementes a Deus e imbuídos do verdadeiro sentimento de servir ao próximo procuram fazer a sua parte e é bem verdade que por mais esforços que empreendam, ainda estão longe de dar ao idoso o que ele precisa e merece.

Na Sociedade Carangolense de Proteção e Assistência ao Idoso, cuja nova Diretoria assumiu em 12 de julho e que tem como Provedor Isaías Ribeiro de Moraes, a situação é crítica, pois o dinheiro arrecadado mal dá para suprir as necessidades básicas dos 28 idosos, sendo que o complemento para este fim vem da própria Diretoria que encontrou uma dívida de R$ 328 mil par terminar as obras e pagar a fornecedores, conforme informou Isaías.

No Lar Evangélico 38 internos, entre homens e mulheres estão abrigados, segundo a Diretoria. Lá trabalham 4 enfermeiros, 2 ajudantes homens par ficar durante a noite, tendo em vista que antes da contratação dos mesmos “era comum chegar pela manhã e se encontrar 2, 3 ou mais internos caídos uns sobre os outros em cima de urina e fezes porque quando um caía, outros caiam por cima e por falta de condições, não tinham como se levantar”.

Desde que o atual Provedor, Pastor Matuzael Nantes Neto e a atual Diretoria e voluntários assumiram aquele Lar, muita coisa tem mudado. A cozinha foi toda reformada e lá trabalham 4 pessoas para atender aos internos. Vários banheiros foram reformados. Foram contratados um homem e uma mulher para banho dos internos, uma pessoa na administração, uma fisioterapeuta, bem como foi iniciada a construção de uma rampa e de seis novos apartamentos com banheiro, para melhor atender aos internos. No entanto, a falta de recursos tem dificultado o adiantar das obras.

Os internos têm quatro refeições ao dia, café da manhã, lanche, almoço, jantar e lanche de noite, mas isso é apenas o básico, e a Direção reconhece, tendo em vista que apesar da Pregação da Palavra de Deus uma vez por semana e da visita de uma Igreja a cada domingo, os internos sentem falta de outras visitas que gerem a integração e os faça sentir que não estão em um depósito, a exemplo dos outros estabelecimentos, a espera da morte chegar. É preciso que o Poder Público e a sociedade façam mais, ajudem mais, visitem mais, sintam mais de perto a necessidade daqueles que um dia deram sua vida e seu tempo para ajudar na construção da sociedade onde todos vivemos.

O Carangola Tênis Clube, sob a Presidência de Pedro Paulo Drumond, realizou no dia 19 de agosto a 2ª manhã de lazer dos idosos de Carangola, que contou com a presença de internos das 3 Instituições e também do CAPS, ocasião em que esteve presente a Promotora de Justiça Dra. Cristiane Campos Amorim Barony e a Juíza de Direito Dra. Fabiana Cristina Cunha de Lima Brum. O evento contou com o apoio da Unimed, Nasfi e a colaboração de Contém 1G e Ciro e Marília Cabeleileira.

A programação no CTC contou com a presença de aproximadamente 70 idosos e foi composta de Café da Manhã, lavagem de cabelo, maquiagem, manicure, medição de glicose e pressão, forró e bingo.

Para o dia 1º de outubro, Pedro Paulo anunciou que pretende realizar uma programação em homenagem ao Dia Nacional do Idoso e lembrou que a gincana cultural promovida pelo CTC arrecadou, só através do IMEC, mais de 250 pacotes de fraldas geriátricas e que outras doações também serão feitas pelas escolas Regina Pacis, Polivalente, Estadual João Belo de Oliveira e Oficina do Saber.

O Clube da Maioridade de Carangola é uma demonstração de que com o amor da família, dedicação das pessoas, e a proteção da sociedade, o idoso pode envelhecer com melhor qualidade de vida. Lá, conta o Professor de Educação Física Leonardo Huth, tem pessoas praticando educação física com 92 anos de idade. Esta declaração nos faz ver que com o apoio da família, da sociedade e do Poder Público é possível oferecer uma melhor qualidade de vida ao idoso carangolense.