sábado, 3 de setembro de 2011

BR 482: Uma vergonha para os Governos Federal, Estadual e Municipal

Motorista foi multado porque a carreta agarrou no defeito da pista
Entra ano e sai ano e o problema de rebaixamento e estado precário da BR 482 - Carangola/Fervedouro - próximo ao antigo motel persiste. A BR já esteve totalmente interditada causando grandes prejuízos para os comerciantes de Carangola e, principalmente, para estudantes que estudam em Escolas Municipais, Estaduais e Particulares e na FAFILE/UEMG e Doctum e  pacientes de outros Municípios que buscam na Casa de Caridade de Carangola e no Hospital Evangélico, recursos médicos por serem ambos referência em baixa, média e alta complexidade.

A carreta agarrada e as pessoas tendo que
se deslocar a pé até o Trevo de Carangola.

A Prefeitura Municipal de Carangola entrou com uma Ação contra na Justiça Federal contra o Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte - DNIT, quando a Juíza Federal da 6ª Vara, em 23 de maio de 2011, determinou imediatamente a execução da obra de recuperação daquele trecho, fato que não aconteceu até o momento.

No dia 29, por volta das 19:30h, o motorista Laerte de Oliveira Ruela teve a carreta que dirigia agarrada no referido trecho e por tratar-se de uma carga cobiçada (transporte de café) por ladrões a empresa transportadora tem seu veículo rastreado por satélite e em caso de paradas imprevistas pelo tempo determinado pela seguradora o veículo é imediatamente bloqueado, a fim de evitar o roubo da carga e/ou para haver tempo para que a polícia ou alguém que trafegue pelo local veja o roubo e o denuncie. Face ao bloqueio da carreta a mesma ficou impossibilitada de ser retirada do local por máquinas pesadas.
Tão logo tomou conhecimento do fato de que a carreta havia agarrado o Prefeito de Carangola, Patrick Drumond, solicitou que o pessoal do encarregado do maquinário pesado da Prefeitura fosse ao local a fim de retirar a carreta e desobstruir a estrada. Em lá chegando, descobriram que a mesma estava bloqueada e que não podia ser removida enquanto não houvesse o desbloqueio.
Também esteve no local a Polícia Rodoviária Estadual, que constatou o bloqueio e aplicou às 20h o Auto de Infração nrº. B-11.977.360-7 sob a justificativa do Art. 253 do CTB, por bloquear totalmente a via pública com veículo através de bloqueio de satélite.
Nem a Prefeitura nem a Polícia Rodoviária Estadual permaneceram no local para orientar os motoristas, o que causou grande engarrafamento de veículos pequenos, caminhões, ônibus, ambulâncias, caminhões de transportes de produtos perecíveis e carga viva.
Doze horas após o acontecimento o local continuava sem orientação da Polícia Rodoviária e da Prefeitura.
O que se viu na manhã do dia 30 foram mulheres, crianças, idosos, pacientes, deficientes e mulheres grávidas atravessando o trecho e caminhando a pé pelo trevo de Carangola. Faltava no local ônibus das Empresas para recambiar seus passageiros, ambulância para conduzir os enfermos aos hospitais e veículos para o transportes das pessoas que necessitavam chegar a Carangola, pois todos ficaram abandonados a própria sorte sem orientação e sem socorro.
O motorista da ambulância de Divino, Edimar Gonçalves, teve que transportar em seus braços o menino Adrian Santos Silva, de 10 anos que havia perdido a metade de seu pé em um acidente, auxiliado pela mãe do menino Liliane dos Santos.
O motorista Jorge Teodoro estava preocupado com a desidratação dos diversos animais que estavam sendo transportados em seu caminhão.
Um caminhão da Perdigão, com carga perecível, estava parado há mais de 4 horas no local, comprometendo a carga.
Ônibus escolares e de transportes de passageiros e pacientes, faziam filas aguardando o desfecho do fato. Passageiros ficavam indignados por terem pago a passagem inteira e terem sidos deixados no meio do caminho.
Criança é carregada no colo com o pé cortado.
Todos esperavam que viesse de São Paulo o encarregado da empresa seguradora para fazer o desbloqueio do caminhão para retirada do mesmo.
O que se assistiu foi uma indignação geral, indignação pela falta de representatividade política com capacidade de resolver definitivamente o problema, indignação pelo fato da Polícia Rodoviária Estadual se fazer presente quase todos os dias para fiscalizar o trecho e não estar presente para sinalizar, orientar e auxiliar aqueles que ali estavam, indignação pelo DNIT não ter cumprido até hoje a determinação judicial, indignação pelo fato da Prefeitura Municipal de Carangola ainda não ter feito um desvio para garantir o acesso daqueles que desejam chegar a Carangola, tanto para estudar, comprar no comércio local e, principalmente, para buscar recursos de Saúde nos Hospitais e também indignação pelo fato da Prefeitura não ter no local uma Ambulância para socorrer aqueles que ali chegavam em busca de recursos, como foi o caso do menino Adrian. Enfim, a indignação maior era dos motoristas que pagam IPVA, cumprem com seus deveres e suas obrigações e se vêem obrigados a ter que ficar parados horas e horas sem condições de locomoção pelas condições precárias da estrada e pela falta de um desvio que lhes dê alternativa de locomoção.
Já passou da hora de ser feito um desvio para dar opção a quem chega e quem sai de Carangola e a Folha já orientou por várias vezes que uma das alternativas mais viáveis é a passagem pela antiga estrada dos tropeiros, margeando o Rio Carangola, pelo Bambú Amarelo, até a chegada à estrada de Conceição. O que se espera é que o Departamento de Obras da Prefeitura de Carangola consiga fazer uma estrada alternativa, já que não existe uma previsão de conserto por parte do DNIT, tendo em vista que há muito as obras tinham que haver sido iniciadas.

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