sábado, 15 de setembro de 2012

Distribuir bem público é beneficiar a uns em detrimento de outros


Na semana passada fui pego de surpresa ao chegar à Câmara Municipal de Carangola e tomar conhecimento de que os candidatos à Prefeitura estavam sendo interpelados pelos alunos da Escola Estadual Emília Esteves Marques. Como jornalista, lógico que fiquei para assistir, principalmente pelo fato de que o candidato do PT do B, Luiz Cezar Ricardo Soares, mais conhecido como Cezar da Dourada, iria falar naquele momento, sendo que anteriormente falou o atual Prefeito Patrick Drumond, que encontramos saindo pela porta da Câmara para acompanhar o velório de Nelsinho Hosken, seu amigo e membro da sociedade carangolense.
Um fato que surpreendeu foi o de que não havia nenhum jornalista cobrindo um feito daquela natureza, fato sobre o qual só depois compreendi a razão.
Como Cezar já declarou publicamente que não vai a debates políticos, que não fará comícios e que não dá entrevista à Folha, não havia ocasião melhor para escutar o que o candidato proveniente da cidade de Pedra Dourada teria a dizer sobre suas propostas para Carangola e o seu povo, tendo em vista que ele reside em Belo Horizonte, alugou um apartamento em Carangola para cumprir exigência da Legislação Eleitoral e se fazer candidato a Prefeito.
Ao ouvir sua mensagem aos alunos e as respostas a algumas perguntas que lhe foram feitas pela Professora Penha e alunos do Polivalente pudemos entender mais claramente o porque de o candidato afirmar que não vai a debate, que não fará comícios e que não quer dar entrevista à Folha, tendo em vista serem suas respostas evasivas e sua afirmação de que não faria nenhuma promessa, pois não sabia se poderia cumprir. Uma coisa ficou bem clara. Sua citação de como Dourada é um modelo de Administração. O que o candidato deixou de falar é que as principais reformas e conquistas de Pedra Dourada não aconteceram em seu governo, mas sim no governo do atual Prefeito Silvanir Simplício de Andrade.
A certa altura da entrevista com o candidato a Professora Penha perguntou se "alguém gostaria de fazer alguma pergunta ao candidato". "Alguém" certamente me incluía e prontamente levantei a mão e disse que gostaria de fazer pergunta ao candidato. Para minha surpresa, o senhor Cezar da Dourada foi categórico: "Não dou entrevista a esse cidadão e nem ao Jornal, porque ele tem me difamado". Confesso que emudeci naquele momento.
A Professora Penha, que conduzia os trabalhos, educadamente virou-se para mim e disse "A entrevista é com os alunos e o candidato não quer responder a nenhuma pergunta sua".
Compreendi a situação e a colocação da Professora. No entanto, como o candidato havia citado o meu nome e o nome do Jornal Folha da Mata, jornal esse com 32 anos de existência, senti-me no direito de dirigir-me a tal cidadão, isso porque, caso o candidato não saiba, sou condecorado com a Medalha da Independência (Maior honraria do Estado de Minas Gerais), condecorado com a Medalha do Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais (a maior honraria do Legislativo mineiro), cidadão de Carangola e outros 3 Municípios da região, diplomado como Colaborador Emérito da Polícia Militar de Minas Gerais, como Colaborador Emérito do Exército Brasileiro, possuindo dezenas de títulos eméritos e beneméritos de importantes Entidades de Carangola e da região, títulos estes recebidos  por meu trabalho como Jornalista e pelo desempenho do Jornal Folha da Mata na história da região, razão pela qual não poderia desmerecer todas as honrarias destinadas a mim e ao jornal que dirijo, tendo em vista que isto seria um ato covarde e indigno da minha parte, razão pela qual dirigi-me ao candidato e disse: "Se o senhor sente-se difamado por mim e pelo Jornal Folha da Mata e não entrou com nenhuma ação contra a minha pessoa e contra o jornal, demonstra que o senhor, como advogado, não está sabendo fazer valer o seu direito em seu próprio benefício" e perguntei: "Como o senhor, que não está fazendo valer o seu direito, pode garantir que defenderá o direito do povo carangolense?"
Pois bem, se o candidato chama de "difamar" a ele o fato de dizer que ele é de Pedra Dourada, reside em Belo Horizonte e alugou um apartamento em Carangola para se fazer candidato, então eu o estou difamando. Se difamar é querer que ele esclareça porque e se reteve os cartões dos beneficiários do Projeto de Assentamento Rural em Pedra Dourada, cartões estes que deveriam estar nas mãos dos assentados e o dinheiro gasto por eles, então, eu estou difamando. Se difamar é dizer que ele possui propriedade e parte de um posto de gasolina em Pedra Dourada, apartamento em Belo Horizonte e até mesmo o seu veículo ser emplacado em Belo Horizonte, então, eu estou difamando o candidato. Só que tais informações constam no Divulga Cand do TSE e foram fornecidos pelo próprio candidato.
Durante sua manifestação na Câmara, Cezar da Dourada foi categórico ao falar sobre distribuição de terrenos, sobre ajuda da Prefeitura na construção do Hotel em Pedra Dourada e inúmeras outras ajudas, e que pretendia fazer o mesmo em Carangola, o que aos olhos da Lei Eleitoral pode ser interpretado como uma forma de promessas com fim de obter vantagem eleitoral, razão pela qual requeremos da Câmara Municipal de Carangola cópia integral de tudo o que foi falado pelo candidato para que possamos consultar especialistas na área do Direito Eleitoral e, em caso de desrespeito à Lei, encaminhar a fala à Justiça Eleitoral e solicitar de nossa Assessoria Jurídica que entre com uma Ação contra o candidato.
Mesmo ele afirmando publicamente não dar entrevista à minha pessoa e ao Jornal Folha da Mata, cumprindo os Ritos da Lei de Imprensa, abrimos espaço para que o candidato possa se manifestar e esclarecer os fatos apresentados pela Folha. Portanto, aguardamos sua resposta.
                                                                             
                                                                    Albino Neves

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