quinta-feira, 29 de março de 2012

Implantação de Ferrovia e de Porto Seco na região dependem de articulação política e social

Ruy Gripp tem trabalhado para a implantação
de um porto seco na região.

Um grupo de representantes políticos e de entidades de classe, sob a liderança  de Ruy Gripp, esteve, no início do mês, em Vitória, Espírito Santo, com o Presidente do Corredor Atlântico do Mercosul (entidade privada, sem fins lucrativos, dedicada à integração da América do Sul) Paulo Augusto Vivacqua, a fim de solicitar deste que seja realizado um estudo sobre a inclusão de um Porto Seco em Realeza para escoamento das produções agrícola, pecuária, madeireira e mineral e o recebimento de insumos e mercadorias para o barateamento do custo de transporte na exportação e importação de produtos.
Daquela reunião ficou marcada a vinda do Dr. Rodrigo Ferraz Stehling, Diretor Executivo do Corredor, juntamente com seu Assessor Jocymar Lyra e a Assessora Eloisa Casagrande, todos representantes do Corredor Atlântico do Mercosul. A reunião aconteceu no dia 26, na Sede da Associação Presbiteriana Cultural e Educacional em Alto Jequitibá, tendo comparecido dezenas de representantes políticos e de entidades de classe para ouvir a explanação feita por Dr. Rodrigo.

Dr. Rodrigo deixou claro que, tanto a Ferrovia
quanto o Porto Seco, dependem de articulação
política e da sociedade organizada.
A abertura do evento foi feita por Ruy Gripp e pelo Prefeito de Alto Jequitibá, Daniel Satler, que saudaram a todos. Ruy Gripp destacou que o Corredor Mercosul visa ligar todo o Brasil e que, apesar da Ferrovia Transoceânica que vai ligar através da ferrovia EF-354 os Oceanos Atlântico ao Pacífico, "nossa região ainda não tem um projeto e por não ter um projeto não está no PAC da Presidente Dilma".
Ruy Gripp lembrou ainda que é uma vergonha que o aeroporto de Manhuaçu não esteja funcionando plenamente e mencionou ainda que, caso ele tenha a pista estendida para 2.000 metros, pode tornar-se um aeroporto cargueiro.
Em sua fala, Dr. Rodrigo exaltou a figura de Ruy Gripp, justificou a ausência do Presidente Paulo Vivacqua e anunciou que estaria apresentando uma sugestão para a Zona da Mata de Minas, sendo necessário para isso a construção de uma Estrada de Ferro na Zona da Mata, com uma ligação ao Corredor Atlântico Mercosul.
Sobre o Porto Seco, Dr. Rodrigo informou que ele promove uma significativa redução no custo das importações e exportações e que, para isso, seria necessário saber que carga poderia haver para embarque e não faltar a logística, ressaltando que é importante para a construção do Porto Seco uma localização estratégica (acesso logístico, disponibilidade de área, baixa restrição ambiental, etc), solução técnico-econômica de layout (baixo investimento e custo, rápida construção, alta eficiência), licenças operacionais e ambientais (análise da Legislação Portuária em vigor, apoio político e governamental). Rodrigo também lembrou que a falta de logística leva ao freio econômico e que "a integração de regiões via um sistema logístico de classe internacional pode agregar cerca de 1% ao ano ao crescimento do PIB". Disse ainda que a Ferrovia Vitória-Minas é a que possui melhor desempenho no Brasil, com rampa de 0,5% a favor da exportação, maior velocidade, menor tempo de transporte e menores custos, chegando  o valor por tonelada a R$ 5,10 enquanto no porto de Aratu, Bahia, a tonelada chega ao valor de R$ 88,20. Lembrou ainda que a Vale reconhece que a Ferrovia Vitória-Minas é 10 vezes mais eficiente que o transporte por caminhão.
Também foi feito um comparativo entre o transporte rodoviário e ferroviário sendo lembrado que em 2008 o Brasil gastou R$ 22 bilhões com mortos e feridos em acidentes nas rodovias, sendo que Minas foi o estado com maior número de casos, 42 mil, tendo um gasto de R$ 3 bilhões e, desses números, 70% dos acidentes envolveram caminhões.Dinheiro suficiente para a construção de novas ferrovias em Minas.
Enquanto Minas mantém-se "adormecida", o Governado Casagrande, do Espírito Santo, quando era Senador, apresentou um projeto para a construção de duas Ferrovias no Espírito Santo.

Sob o olhar de Ruy Gripp, Albino Neves
entregou a documentação ao Dr. Rodrigo.
A idéia do porto de Minas apresentada pelo Corredor Atlântico Mercosul é integrar a economia de Minas a mercados domésticos transoceânicos. Pra a instalação do Porto seria necessário um local adequado para o complexo portuário integrado, estar conectado através de canal ferroviário, organização empresarial e operacional com a busca de investidores e a integração do Porto através de procedimentos e contratos operacionais de alta eficiência. Finalizando, Rodrigo falou também da importância do planejamento, apoio político e da sociedade privada para que o projeto seja agilizado.
Após sua fala, Albino Neves, Presidente da ABRALUZ, que havia entregado nas mãos de Dr. Rodrigo um documento onde comunicava, através de cópia xerox, que o Ministro dos Transportes determinou o estudo da viabilidade da passagem do trem por Tombos, Faria Lemos, Carangola e Divino, e que o Engenheiro Artur Rodrigo Motta de Miranda, através de nota técnica, acolheu "de bom grado a solicitação da ABRALUZ, Câmara e Prefeitura de Carangola, de inclusão desse traçado na Ferrovia Transoceânica", falou que a região estava sentada em cima de ouro e vivendo na pobreza,( referindo-se ao grande potencial mineral: bauxita, cristal mica, quartzo, feldispato e variedade de granito) e que a região estava mais próxima do Jequitinhonha do que do Sul de Minas, pela falta de representatividade política, pelo comodismo empresarial e pela inércia das lideranças e mostrou, no mapa apresentado por Dr. Rodrigo que era bem mais curta a distância da passagem da Ferrovia por Tombos, Faria Lemos, Carangola e Divino, além do fato de que cerca de 80% já tinha liberação ambiental e solo compactado por onde já passou a ferrovia anteriormente, o que reduz significativamente o custo das obras.
Também fizeram uso da palavra o Presidente da AMOC, Márcio Gerald, Humberto Falcão do CREA, o Prefeito Ronaldo Lopes, de Manhumirim, e Carlos Alberto Martins, que  reconheceram a necessidade da criação do Porto Seco, da passagem da Ferrovia pela região e da criação de um Conselho para discutir a melhor forma de transformar o sonho de todos em realidade.

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