quarta-feira, 13 de abril de 2011

Usina hidrelétrica poderia ter provocado o desastre que coloca Carangola em risco de ficar isolada da BR 116

Onde era o Mote (e) e local do tunel da PCH-Carangola
*Durante a construção da PCH Carangola, a Galvão, empresa responsável pela obra alugou o antigo motel situado às margens da BR 482 para abrigar os trabalhadores daquela obra, fato que deixa claro que o motel estava de pé e não existia o rebaixamento hoje existente no local e que coloca em risco a total destruição daquele trecho de asfalto, isolando Carangola da BR 116, de seus Distritos Alvorada e Ponte Alta, das comunidades de Conceição, Barroso e São Manoel do Boi e também os Municípios de Divino e Fervedouro de Carangola, onde estão o Pronto Atendimento Médico - PAM, e o Hospital referência regional.
Existe a suspeita de que dois fatores podem ter contribuído para o rebaixamento da estrada. Um, as fortes explosões para a construção de um túnel de 2.134 metros de extensão para a passagem da água para ativação das turbinas, geradoras de energia. Outro, a questão da constante passagem de caminhões carregados de pedras com excesso de carga trafegando pelo trecho.
Ambas as suspeitas tem sua razão de ser, pois é sabido que o tráfego de veículos pesados provoca vibrações por onde eles passam, da mesma forma que está evidenciado que aquele maciço de montanha se estende da beira rio até próximo à Serra das Velhas e que em razão de  qualquer tipo de explosão a tendência é a vibração subir, daí o fato de moradores dos bairros Santa Maria e Ouro Verde sentirem, muitas vezes fortemente, as explosões realizadas durante a feitura do túnel, mesmo estando a mais de 3 quilômetros de distância das explosões.
Sabe-se que com a vibração do solo a tendência é de deslocar as moléculas da terra, aumentando a "porosidade" do solo, facilitando dessa forma a maior drenagem de água, ou seja, sua maior penetração, diminuindo o tempo de absorção da água e também de sua passagem superficial fazendo com que, mais rapidamente, a água chegue à rocha, fato que facilita o deslizamento de terra sobre a mesma.
A fim de obter maiores informações técnicas sobre a ligação das explosões e da passagem de veículos pesados pelo trecho do motel que tem desabado constantemente, colocando em risco a vida daqueles que transitam pela BR 482 e também o isolamento de Carangola, entramos em contato com o funcionário de plantão na Usina, que indicou à Folha a entrar em contato com Antônio Rigueira Hissa. No entanto, o telefone que nos foi passado não pertencia a tal pessoa e ao tentarmos novamente manter contato com a Usina, não fomos mais atendidos.
Os prejuízos causados pela construção da PCH Carangola ao Município de Carangola foram muitos, a começar pelas ruas da cidade, que sofreram grandes avarias com a passagem constante de caminhões com excesso de peso, carregados de pedras. O proprietário rural Sebastião Borges Sobrinho também foi seriamente prejudicado com a construção da Usina, tendo inclusive movido ação contra a empresa, sem contar o asfalto no trecho do trevo de entrada da Conceição a Carangola, que também sofreu grandes avarias com a constante passagem dos veículos pesados para construção da Usina.
Dificilmente o trecho da BR 482 na altura do extinto motel poderá ser recomposto, tendo em vista desde que começou o deslocamento da terra no local, apenas medidas paliativas tem sido tomadas para manter o fluxo de veículos pelo local. No entanto, a cada dia que passa estreita-se mais a passagem, da mesma forma em que aumenta mais o degrau da pista, fato que já levou inclusive a diversos veículos pesados ficarem presos no degrau, sendo necessário serem retirados por máquinas pesadas da Prefeitura e de terceiros.
Rebaixamento coloca em risco a vida dos que trafegam pelo local.
Diante do quadro faz-se necessário, urgentemente, antes que o tráfego de veículos pelo local seja definitivamente impraticável, que seja feita uma estrada alternativa para que Carangola não fique isolada de seus Distritos, comunidades, Municípios vizinhos e da BR 116, sendo que já foi sugerido por Albino Neves, Presidente da ABRALUZ, diversas vezes à Prefeitura nesta gestão e em gestões passadas que fosse reaberta uma estrada por onde passavam os antigo tropeiros, pelo Bambu Amarelo, ligando a estrada de Conceição. No entanto, até o momento nenhuma medida foi tomada e como diz o velho ditado "depois da porta arrombada, não adianta colocar cadeado".

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