"Vocês são mais sórdidos do que marqueteiros de campanha política"
Com essa frase, Jaqueline Maldonado (Claudia Raia) na novela TI TI TI, da Rede Globo, dita com toda indignação e eloquência, agride verbalmente o casal de salafrários.
Para nós, profissionais de marketing, foi uma lavada de alma.
De repente, a nossa profissão passou a ser achincalhada e nós profissionais íntegros, tradicionais e responsáveis colocados no mesmo saco de muitos não profissionais que não dignificam a profissão nem o marketing.
A mídia, percebendo o estrago que esses picaretas causam ao segmento marketing, logo se apressou a identificá-los pejorativamente de marqueteiros.
Nada incomoda mais um verdadeiro profissional de marketing do que ser chamado de marqueteiro.
Marqueteiro é a mãe! Eu sou um profissional de marketing. E exijo respeito pela minha digna profissão. Assim como não chamamos os jornalistas de jornaleiros, também não devemos ser chamados pejorativamente de marqueteiros.
Marqueteiros são alguns, não todos, os que realizam campanhas políticas execráveis e odiosas sob todos os pontos de vista, sejam legais, sociais, éticos.
São aquelas campanhas enganosas. Revoltantes. Que se aproveitam da baixa participação política da população. Que se valem das baixíssimas cultura e educação de nosso povo. Que ajudam e contribuem para manter essa classe política que aí está, permanece e não arreda pé da exploração da boa fé do nosso povo.
São aquelas campanhas enganosas que não têm qualquer punição pelos excessos e mentiras. De vereador a presidente da república.
Tudo é válido nas campanhas políticas. Aquelas que teimam em ter um pouco mais de ética não ganham votos. E os marqueteiros sabem disso. Dominam, como ninguém, as artimanhas e golpes baixos que pegam a população pelo estômago, pelos apelos baratos e demagógicos.
Se formos relacionar tudo o que as mentirosas e enganosas campanhas políticas ou de governos alardeiam como verdades não há espaço que chegue na mídia.
Na iniciativa privada os atos, promessas e qualidade de produtos são severamente punidos em caso de ferirem a ética comercial, industrial, concorrencial, social entre outras.
Por que nas promessas vãs e mentirosas não têm qualquer fiscalização dos tribunais, dos órgãos dos consumidores, da mídia?
Por que as campanhas políticas não são enquadradas no Código de Defesa do Consumidor?
Por que as campanhas políticas não têm o seu CONAR?
Por que a atividade política e suas escusas negociatas não têm um CADE específico?
Assistir, na televisão, a um autor colocar na boca de uma das principais personagens da novela, uma frase tão forte, tão realista, tão atual e tão desejada pelos verdadeiros profissionais de marketing, é uma lavada de alma.
Obrigado Maria Adelaide Amaral, obrigado Jaqueline Maldonado.
(*)Membro fundador da Academia Brasileira de Marketing, Presidente da ABRAESPORTE - Conselheiro da AMPRO - Associação de Marketing Promocional e Cidadão Brasileiro.
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