quarta-feira, 13 de abril de 2011

Famílias são retiradas de suas casas devido a grande desabamento de terra

Adilson Narciso Bastos levou nossa reportagem até o lugar por onde, há anos, vaza grande quantidade de água da tubulação de captação de água do DAE, hoje SEMASA. O novo Diretor do Órgão, Jusceleno Viega, solicitou imediata correção do problema.
Prefeitura de Carangola interrompeu o trânsito como medida de segurança e proteção da vida.
Juarez Gino esteve o tempo todo socorrendo os moradores atingidos pela lama do deslizamento.

 *Há anos a entrada da cidade de Carangola pela Av. Capitão Antônio Carlos de Souza tem estado em constante risco de desabamento face à infiltração de água no solo no alto da montanha da qual faz parte aquele maciço de terra e após a construção da usina hidroelétrica - PCH Carangola- a situação agravou-se, não apenas pela vibração provocada pelos pesados caminhões carregados de pedras, retiradas do túnel de mais de 2 km feito pela usina para passagem e captação d'água para a geração da energia, mas pelas fortes explosões que ocorriam na feitura do túnel e que eram sentidas até no bairro Santa Maria e até mesmo no Distrito de Lacerdina, conforme dizem alguns moradores daquelas imediações.
As constantes chuvas que vem acontecendo desde fevereiro em Carangola agravaram a situação aumentando o volume de água e provocando novos deslocamentos de terra que, consequentemente, resultaram em deslizamentos  que acabaram sendo despejados na Avenida, colocando em risco a vida daqueles que transitam pela mesma e também dos moradores do bairro Pendura Saia.
O deslocamento de terra já havia provocado a destruição de um prédio comercial que havia naquela localidade e no dia 8 a situação agravou-se quando grande volume de terra invadiu a pista, empurrando um poste da CEMIG que conduzia energia e também fazia a iluminação do local. Fato que foi logo reparado pela CEMIG, que retirou o poste e substituiu a condução da energia.
Tão logo tomou conhecimento do fato, o Secretário de Planejamento, João Paulo Souza Machado, esteve no local por solicitação do Prefeito Patrick Drumond, que se encontrava acamado, a fim de avaliar a situação e, ao constatar a gravidade do fato, convocou de imediato o Coordenador Municipal de Defesa Civil, Maurílio da Silva Prado, a fim de tomar as devidas providências para evitar uma tragédia.
Maurílio solicitou a presença da Polícia Militar para fazer um Boletim de Ocorrência notificando aos moradores o perigo existente e a disposição da Prefeitura para mudá-los de residência enquanto o problema não é solucionado.
O Sargento Janilson, acompanhado do Cabo Cláudio e outros policiais estiveram presentes e notificaram 17 famílias cujas casas encontram-se na direção onde, em caso de um desabamento maior, podem ser soterradas. Nas casas, mais de 50 pessoas foram notificadas sobre o perigo.
João Paulo disse que o Prefeito já havia entrado em contato com a Universidade de Viçosa, solicitando a avaliação de um Engenheiro para ver que tipo de trabalho deve ser executado a fim de prevenir novos deslizamentos e evitar que o maciço destrua toda aquela área.
Diante do desastre existente, Maurílio, de imediato, solicitou a presença da Defesa Civil do Estado, fato que, segundo ele, ocorreu quatro dias antes daquele novo deslizamento. No dia seguinte informou ao Capitão Patrick, Comandante da Cia. de Bombeiros de Ubá, o que estava acontecendo e este esteve no local, pedindo imediatamente que uma Guarnição do Corpo de Bombeiros de Muriaé comparecesse para acompanhar e avaliar a situação.
O engenheiro Marcelo Hosken, que há muito acompanha o que vem ocorrendo naquele local, disse que acredita que a origem do desastre é a falta de drenagem que deveria ter sido feita por ocasião da construção do loteamento do "Dadinho", fato que não foi observado pela Administração Municipal na época e que fez com que os moradores desviassem a água para o lado direito do loteamento, o que trouxe o problema para onde hoje está o muro de gabião construído pelo governo passado. Para a construção do muro, ao invés da administração passada fazer a drenagem devida, desviou a água para o lado direito da área, onde nos dias 8 e 9 aconteceram os deslizamentos.
Para o Engenheiro, é preciso aguardar o período de seca, fazer a drenagem com escadarias de água, encaminhando a água para o rio Carangola, para só depois realizar as obras de contenção, a fim de corrigir o dano já existente.
Visitando o alto daquele maciço, a Folha constatou que a situação é muito mais grave do que parece e que existem vazamentos na tubulação do Semasa, antigo DAE e que tanto a falta de captação como as explosões da usina são fatores preponderantes para aquele desastre, tendo em vista que a água que antes corria por sobre a terra, com os deslocamentos, fendas e erosões existentes, passou a correr em maior volume entre a terra e a pedra, facilitando que a terra deslizasse sobre a pedra, causando aquele desastre.
No dia 9 a pista foi totalmente tomada por novo deslizamento e fechada para o transito de veículos pela Prefeitura de Carangola, tendo sido o tráfego para a cidade desviado para a estrada de Lacerdina, que também esta em estado lastimável.
As equipes de Assistência Social da Prefeitura e da Saúde trabalharam incansavelmente para atender, remover e assistir as famílias da região onde ocorreu o desastre ambiental.
Adilson Narciso Bastos (41), morador daquela região disse que trabalhou na antiga pedreira do "Carlinho Du Pote" durante 15 anos e que na área não existia nascente que justificasse a quantidade de água que descia do morro e que provocou o deslizamento e afirmou que a maior parte da água vinha de quatro vazamentos da tubulação do Semasa, sendo uma delas de grandes proporções e que a mesma já acontecia há anos, fato que foi constatado pela Folha e testemunhado pelo Diretor daquele Órgão, o Engenheiro Jusceleno Viegas, que imediatamente solicitou que fosse fechada a Adutora para que no dia seguinte fosse feito o reparo.
Se a atual Administração da Prefeitura de Carangola está tomando as devidas precauções nesse fato, as Administrações passadas não tiveram a mesma preocupação, razão pela qual o desastre tomou tal proporção ao ponto de um morador daquela região ter dito que o que hoje está sendo feito é usar "um cobertor de pobre" - se tampa a cabeça, descobre o pé - ou seja, é preciso retirar a terra para o fluxo de veículos, mas também era mais prudente deixar a terra no lugar para evitar o deslocamento de mais terra.
Com o deslizamento do dia 9 a via foi completamente interditada até que não haja mais risco para aqueles que transitarem por ela, garantiu o Prefeito Patrick Drumond.
No loteamento do Dadinho, o risco não é diferente, tendo em vista que um grande deslocamento de terra arrastou uma pedra até a residência de João Batista situada na Rua João Maia, 149, fato que, segundo o Capitão Patrick, é ainda mais preocupante.
Maurílio, chefe da Defesa Civil, disse que a questão do Loteamento do Dadinho é por demais preocupante e que medidas enérgicas e efetivas precisam ser tomadas com o máximo de urgência.

Dia 14: A Pista totalmente tomada pela terra e casas destruídas.

Dia 14: Proprietário retira restos de seu estabelecimento comercial destruído pela terra.

Dia 14: Onde antes existia grande vazamento de água foi feito o reparo e a cobertura de terra.

Moradores atravessaram no meio da lama, com risco de vida.
PM, Defesa Civil e Prefeitura acompanharam o desastre.
A família de João Batista foi obrigada a deixar sua casa depois do desabamento.

Deslizamento retirou 17 famílias de suas casas e mudanças foram feitas no meio da lama.
Poste da CEMIG foi derrubado pelo deslizamento.

Do outro lado do local do deslizamento vem sendo feito um grande corte no barranco.


Dia 15 – O Prefeito Patrick Drumond reuniu-se com sua equipe de governo e o professor da UFV.

Dia 15 - O Professor Enivaldo Minetti (UFV) falou ao Prefeito Patrick Drumond que o trabalho deve ser lento e seguro.

Dia 15 - O Prefeito Patrick Drumond reuniu-se com o Sargento Fagundes (CEDEC-MG), o geotécnico Eng. Carlos Eduardo Sales e José Flávio Santos (DER).

Dia 16 – Iniciado o processo de preparação para a desobstrução.

Dia 16 – Maquinário contratado pelo DER inicia a escavação para retirada de terra.

Dia 16 – Caminhão retira a terra pelo lado do trevo.

Dia 16 – Caminhão transporta a terra.

Dia 16 – Terra é depositada às margens da BR 482 próximo à entrada de Lacerdina.


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