As tragédias naturais acontecidas no início de 2012 de norte a sul do país são o retrato do descaso com o meio ambiente, da falta de fiscalização e da conivência dos poderes constituídos com relação à natureza.
Se no sul e no norte a seca vem causando grandes prejuízos à agricultura e pecuária, no sudeste a situação é diferente, pois a água em abundância tem causado deslizamento de terra, cheia de rios, desmoronamento de casas, soterramento de pessoas, alagamento de plantações, pastagens e cidades, tudo isso e muito mais, trazendo prejuízos materiais e perdas de vidas.
Muitos diriam: "Isso é obra de Deus, ninguém poderia evitar". De certa forma, realmente, a chuva e o sol são obras de Deus, mas a violência em relação ao meio ambiente que causa a desestabilização climática, o efeito estufa, as enchentes e secas, são obras dos homens quando desmatam criminosamente, poluem os rios, córregos e o mar, lançam na atmosfera milhões e milhões de toneladas de poluentes, utilizam nas plantações e pastagens produtos químicos que eliminam parte significativa do ecossistema. Sem contar os cortes ilegais de árvores, que, com as chuvas, são levadas pelas águas assoreando rios e córregos e também as construções feitas em locais impróprios.
Como podemos notar, a questão do meio ambiente é bem mais complexa do que se pensa e as consequências das secas e enchentes estão diretamente ligadas a elas.
Os povos primitivos (índios), já sabedores disso, através da gravação da história oral, não caçavam mais do que precisavam, não guardavam mais lenha do que a necessária para o aquecimento e a preparação dos alimentos, enfim, tinham todo respeito pela natureza e o meio ambiente em que viviam.
O consumismo desenfreado, o capitalismo selvagem, o acúmulo de bens desnecessários trouxeram ao mundo uma forma artificial de vida e, ao planeta, danos irreparáveis e irreversíveis.
Haveria como evitar os desastres ambientais provocados pelo homem? Claro que sim! Bastaria que o Legislador deixasse de defender os grandes grupos econômicos e criasse Leis que restrinjam o uso do solo, os desmatamentos, as explorações minerais e demais usos da natureza a níveis mais preservacionistas. De outro lado, os Poderes Legislativo e Executivo e o Ministério Público deveriam atuar com mais firmeza, fiscalizar com mais rigor e punir os responsáveis com mais rapidez e eficiência. Como podemos ver, tudo depende de uma ação conjunta.
No entanto, todos esses fatores estão diretamente ligados a cada cidadão e, dessa forma, cada um deve cumprir com o seu dever na ajuda da fiscalização, da denúncia e no acompanhamento da punição.
Tudo depende de nós! E em época de eleição nada melhor do que refletir sobre isso.
Albino Neves
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