*Resumir um comentário sobre Ruy Gripp é tarefa difícil. Menos pela simplicidade de sua pessoa ou da vida despojada que leva, mas, sobretudo, pela amplitude e variedade de suas idéias, propósitos, objetivos e desejos.
Talvez, pelo sobrenome que carrego junto ao dele, eu possa mensurar com maior certeza o quanto Ruy Gripp é conhecido, respeitado, e estimado em quase todos os quadrantes da comunidade ou sociedade onde ele convive e interage. De pessoas mais simples e humildes até figuras proeminentes da vida privada ou pública, seu nome é sempre lembrado como alguém que inspira confiança e admiração. Assim é que, na sala de recepção de um Consultório , uma professora primária que me identificou como irmão do Ruy, revelou ser uma leitora assídua dos artigos escritos por ele no jornal Tribuna do Leste, semanalmente. Agora mais recentemente, ainda em junho, Ronaldinho e eu, ao sermos recebidos em audiência pelo Secretário de Obras do Estado, em Belo Horizonte, tivemos uma recepção com redobrada fidalguia quando se soube que éramos parentes próximos do Ruy. O Secretário, Deputado Federal Carlos Melles , ao dizer que também é agrônomo , que estudou em Viçosa e que conheceu Ruy na década de 1960 na campanha pela renovação da cafeicultura, demonstrou grande apreço pelo trabalho desenvolvido voluntariamente por Ruy em favor da agricultura. A propósito, como o nosso assunto se referia á construção da Estrada Parque - uma rodovia que irá circular em volta do Pico da Bandeira, faz jus mencionar aqui, que tal idéia já era preconizada por Ruy 40 anos atrás...
Para não alongar o tempo desta fala, acho desnecessário discorrer sobre a pluralidade das idéias que já acorreram ao Ruy, e que ainda continuam a aflorar aos borbotões em sua mente a cada dia. Trata-se, sem dúvida, da dedicação atenciosa á leitura, estudo e pesquisa de assuntos que lhe são mais afeitos como a terra, as plantas e a natureza, assim como de sua visão patriótica acerca das grandes obras de infra-estrutura , como portos, ferrovias, aeroportos, cidade industrial, Ceasa etc.
Através de jornal, rádio, cópias Xerox, panfletos e o "boca a boca" individual, Ruy se mostra incansável dentro dos limites do que pode fazer para transmitir as suas mensagens.
É quase certo que Ruy deve saber que muitos de sua platéia não parecem ver lógica em algumas de suas mensagens. Tenho certeza que Ruy não se exaspera com tal fato. Mesmo assim, para tranqüilizá-lo mais ainda , transcrevo o que disse sobre o assunto Lori Greelei : ¨ As pessoas não esperam que todas as suas idéias sejam aceitas, mas gostam de saber que são ouvidas. ¨
Se Ruy fosse um produto ou um profissional de serviços, seu marketing exigiria um slogan ou até mesmo uma logomarca. Fosse eu seu consultor, o slogan se chamaria O SEMEADOR . A origem vem da Bíblia, no Capítulo 13 de São Mateus com a parábola do Semeador. Diz o texto bíblico que o semeador saiu a semear e que uma parte das sementes caiu á beira da estrada e as aves a comeram. Outra parte caiu em solo rochoso e com pouca terra. As sementes nasceram e logo secaram porque as raízes ficaram fracas e foram queimadas pelo sol. Outras sementes caíram sobre os espinhos, que, ao crescerem, as sufocaram. Enfim, algumas sementes caíram em solo fértil e deram frutos em abundância. Ruy semeia cotidianamente porque ele acredita que milhares de florestas dependem de uma semente...
É sabido que muitas pessoas se preocupam e até comentam sobre os elevados custos financeiros do empreendimento de semeadura do Ruy. Alguns chegam mesmo a calcular, que todo o dinheiro gasto até hoje com a sua filantropia , caso fosse economizado, daria para se ter fazendas, mansão, veículos possantes e reluzentes , alem de freqüentes viagens ao exterior. Porem, quem conhece bem o Ruy Semeador, sabe que ele não está nem aí para essas críticas ao seu modo de vida e a maneira como toca a tarefa que se propôs a empreender. É quase certo que ele está sempre repetindo para si mesmo aqueles conceitos que dizem mais ou menos assim:
Minha vida real só acontece quando estou vivendo meus sonhos acordado .Se o dinheiro não me está fazendo feliz, provavelmente é porque não estou gastando direito.
Para que me serviria ser rico se eu não poderia comprar o que eu quero?
Ao completar 80 anos com muito vigor e disposição para o trabalho, Ruy, o Semeador, ainda tem muito para viver e muito para oferecer . Seu legado será rico de exemplos para as gerações presentes e futuras...
Ao desejar longos anos de vida produtiva para o Ruy, dedico-lhe o que escreveu o Reverendo e Escritor Dr. Charles L.Hauser acerca do dinheiro : “Ao morrer você não leva consigo o dinheiro que economizou durante a vida, mas leva o dinheiro que doou. Você não leva a comida que estocou, mas leva o que dividiu com os outros. O que você deu para ajudar os outros você leva. O que você manteve consigo fica para trás”.
Manhumirim, 4 de julho de 2011, em jantar em homenagem ao aniversariante no salão de festas do Rotay Club.
Ronald Gripp
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