Cerca de 52% do eleitorado
brasileiro é composto por mulheres. No entanto, segundo a União Interparlamentar
(UIP), o Brasil ocupa o 117° lugar em participação feminina na política,
ficando atrás de países como Ruanda, Bolívia e África do Sul. A disparidade
entre o número de eleitoras e o de candidatas suscita a discussão sobre o que
impede maior presença das mulheres na política, assunto que estará no foco do
Ciclo de Debates Reforma Política, Igualdade de Gênero e Participação: O que
querem as mulheres de Minas, que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais
(ALMG) realizou no dia 13.
Campanha incentiva participação feminina na
política
A ALMG convidou a todas as mulheres mineiras a
se inscreverem-se para o ciclo de debates sobre a participação feminina na
política.
Ciclo de debates abordou a participação da
mulher na política.
Historicamente, o Brasil sempre teve um número
pequeno de mulheres nas instâncias decisórias de poder. Em 1929, Alzira Soriano
foi a primeira mulher a ocupar um cargo eletivo na América Latina, ao ser
eleita prefeita de Lages (SC). Mas somente em 1932 o direito ao voto foi
estendido a todas as mulheres do País. Nesse mesmo ano, a médica paulista
Carlota Pereira Queiroz foi eleita a primeira deputada federal brasileira,
escolhida para compor a Assembleia Nacional Constituinte.
Na ALMG, a primeira tentativa de estabelecer o
voto feminino foi feita por meio de proposta constitucional apresentada em
1926. Mas apenas em 1963 foram eleitas as duas primeiras deputadas estaduais
mineiras: Marta Nair Monteiro e Maria Pena. Em 180 anos de existência, apenas
31 mulheres ocuparam assentos no Parlamento mineiro, destacou o Presidente da
ALMG Deputado Adalclever Lopes, enfatizando: Atualmente, das 77 cadeiras da
ALMG, apenas sete são ocupadas por mulheres.
No Congresso Nacional, a situação não é muito
diferente. Minas Gerais elegeu até hoje apenas uma senadora e doze deputadas
federais. Júnia Marise foi a única senadora (1991-99) e a primeira deputada
federal mineira (1979-83). Dos 513 deputados federais, apenas 51 são mulheres -
pouco mais de 10% da Câmara dos Deputados. E dentre os 81 senadores, apenas 12
são mulheres (6,75% do total de cadeiras do Senado).
A programação do Ciclo de Debates Reforma
Política, Igualdade de Gênero e Participação: o que querem as mulheres de Minas
foi a seguinte:
- Painel: Igualdade de Gênero e Reforma
Política: um diálogo comparado sobre a construção da paridade política;
- Susana Rivero Guzmán - deputada na Assembleia
Legislativa Plurinacional do Estado da Bolívia e presidente da Comissão de
Justiça Plural, Ministério Público e Defesa Legal do Estado da Câmara dos
Deputados
- Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha -
ministra-presidente do Superior Tribunal Militar
- Jô Moraes - deputada federal por Minas Gerais
e integrante da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados
- Maria Amélia Souza Mendes - integrante da
Coordenação Mineira da Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições
Limpas e representante da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do
Sistema Político em Minas Gerais
- Painel: Reforma Política e a representação
das mulheres no Brasil: desafios atuais e propostas elaboradas
- Elaine Matozinhos - vereadora e presidente da
Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana da Câmara Municipal de Belo
Horizonte
- Marlise Matos - professora adjunta do
Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais e
Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher - Nepem-UFMG
- Beatriz da Silva Cerqueira - professora,
coordenadora do Sindicato Único em Educação de Minas Gerais - Sind-UTE-MG - e
presidente da Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais - CUT-MG
- Benilda Regina Brito - Coordenadora do
N'Zinga - Coletivo de Mulheres Negras -
e assessora da ONU Mulher
Aconteceram debates sobre os painéis.
“Demos um passo importante com a realiazação do Ciclo de Debates
Reforma Política, Igualdade de Gênero e Participação” destacou o Presidente da
Casa Deputado Adalclever Lopes.
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