Num
regime totalitário, onde a ditadura impera, é comum ver-se a podridão em todos
os setores do Poder. Num regime democrático o que sempre se espera é que,
através da manifestação livre do povo, haja a adoção de medidas capazes de
proporcionar a todos a igualdade de direito desejada.
Espera-se
da democracia que todos realmente sejam iguais e tenham os mesmos direitos. Quando
isso não acontece, apesar da mudança de sistema de governo, a podridão
continua.
Na
democracia o principal valor de seu fundamento é a liberdade, pois sem
liberdade não existe democracia, mas sim um simulacro de sistema híbrido que
nada tem a ver com o sistema democrático, mas se assemelha a ditadura.
Na
democracia espera-se que direitos e deveres sejam comuns a todos os cidadãos,
indiferente de credos religiosos, raça, cores partidárias, grau de escolaridade
e classe social. Quando existem dois pesos e duas medidas no exercício da
função daquele que supostamente que deve ser imparcial, digno e honrado, deixa
de existir a democracia e o sistema se torna autoritário, injusto e cruel.
Todo
governante, nas mais diversas áreas, eleito democraticamente pelo sufrágio
popular, deve ter como princípio a preservação da liberdade de expressão, do ir
e vir e da livre manifestação do pensamento. Se assim não for, torna-se este um
ditador e os ditadores residem na “mansão” de sua solidão pela centralização do
Poder que exerce.
Espera-se,
no regime democrático, que acima de tudo o povo tenha respeito,
responsabilidade, dignidade e compromisso consigo, com sua família, com a terra
onde vive e a pátria onde nasceu. E se ao povo faltam tais qualidades, a
democracia fica “capenga”, visto que isso favorece aos políticos corruptos,
autoritários, desumanos, desleais, que só pensam em si e nos seus e que não
correspondem à vontade e aos anseios da maioria. Em um regime democrático o
voto não pode ser meio de barganhas, comprado ou negociado sob qualquer pretexto,
sob pena do eleito não ter nenhuma responsabilidade com aqueles que o elegeram.
Quando
um governante, eleito pelo voto popular, gera em sua mente doentia a tentativa
de manipulação ou de restrição às liberdades democráticas, torna-se indigno de
representar o povo em um regime democrático, tendo em vista que tais princípios
e ações só são adotados em regimes totalitários, ditatoriais e injustos.
O
povo não pode mais servir de massa de manobra, porque enquanto permitir a tal
situação, continuará reclamando da falta de médicos, remédios, educação de
péssima qualidade, segurança pública deficitária, aumento do número de
criminalidade e das desigualdades sociais, enfim, desajustes de todas as formas
que provocam a indignação e a revolta de uma minoria de nacionalistas que
buscam sempre a igualdade de direitos e deveres e a melhoria da qualidade de
vida para todos.
Se
os Poderes se tornam podres, o povo tem participação direta nesta podridão,
pois na hora de votar vive a brincar de “roleta russa”, apontando sempre para
sua própria cabeça. Voto não pode ser atirado nas urnas como os excrementos que
saem do interior do homem e são lançados no vaso sanitário. Voto é coisa séria.
Não venda o seu, não troque e não se deixe manipular por mentes inescrupulosas
que visam apenas chegar ao poder.
Albino Neves
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