A distorção de valores e as
desigualdades sociais são chagas expostas em países em desenvolvimento como o
Brasil.
O "Deixai vir a mim as criancinhas, porque
delas é o Reino dos Céus" anunciado por Jesus Cristo perdeu o sentido
quando se assiste crianças abandonadas, drogadas, maltratadas e até atiradas em
latas de lixo nos primeiros dias de vida.
Também o "Honrar pai e mãe" foi deixado
de lado quando os filhos, amparados pela Lei, desonram e tratam com descaso
seus pais que sequer podem repreendê-los.
A Escola, que deveria ser um Centro de Educação,
transformou-se num mero espaço de repasse de informações. Crianças e jovens mal
educados em seus lares não encontram a Educação na Escola onde a Lei
limitou o espaço do Professor.
As autoridades, de todos os níveis,
indistintamente, estão de "pés e mãos atadas", quer por limitações
legais, incompetência, comodismo ou conveniência. Desta forma, a "panela
de pressão social" acelera o processo de explosão, fazendo com que a vida
perca seu sentido.
No Brasil se mata mais do que em qualquer guerra no
mundo, pois a certeza da morosidade da Justiça, das alternativas da Lei e da
própria Impunidade estimulam o criminoso que mata por qualquer
"vintém".
Autoridades que deveriam dar exemplo em suas
condutas, em muitos casos, brincam de ser deuses, enquanto muitos se acham o
próprio.
O cidadão, revoltado com a doença social, assiste a
um "ladrão de galinha", que foi em busca do sustento de seus filhos,
ser preso, condenado e atirado no meio de bandidos, enquanto políticos e
autoridades corruptas, em todas as esferas, e filhos de "abastados
financeiramente", permanecem soltos.
O "ter" passou a ser moeda de peso, de
caráter e princípio. E o "ser" motivo de chacota, invertendo-se,
desta forma, os valores da sociedade.
A situação é doentia e a sociedade, que é vítima
também é o algoz de seus próprios sofrimentos, faz com que a maioria chegue à
conclusão de que tudo isso é "normal".
Médicos brincam de ser Deus, decidindo quem vive e
quem morre, quem deve continuar sofrendo e quem deve ter suas dores amenizadas,
visto que o valor do dinheiro há muito suplantou o humano e também isso tem
sido considerado "normal". Será?
Quem decide somos nós!
"A verdade vos tornará livres" e apesar
de doer, é ela que deve prevalecer em todos os parâmetros da vida, para que a
explosão ou implosão social não desabe sobre nossas próprias cabeças.
O "ser" deve prevalecer sobre o
"ter" para que todos, indistintamente, sejam parte integrante de uma
mudança que pode realizar a grande transformação social.
O debate no campo das idéias deve ser o centro das
discussões da sociedade, desperta da alienação em que vive.
Albino Neves
Nenhum comentário:
Postar um comentário