Ao celebrar a Festa da Ascensão, quando Jesus plenifica sua
comunicação com o Pai, possibilitando a Aliança entre o céu e a terra, a Igreja
destaca o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Neste ano o papa Francisco
colocou como tema: "Comunicação a serviço de uma autêntica cultura do
encontro". Significa que os meios podem ajudar as pessoas a se encontrarem
e criar relações.
A
comunicação, principalmente a Internet, deve possibilitar novas formas de
relacionamentos, de proximidade e de encontro entre as pessoas. Como temos
ouvido, os MCS encurtam distâncias, globalizam o mundo e aceleram o processo
histórico. Com muita facilidade leva a um desmoronar do direito de privacidade.
Pode elevar a pessoa, como também consegue destruí-la em pouco tempo.
É
inegável a importância da unidade da família humana. Assim podemos aprender
mais uns com os outros, podendo inclusive harmonizar as diferenças por meios de
formas diversas de diálogo no mundo da comunicação. Com isto chegamos a dizer
que os meios disponíveis são uma coisa boa, um dom de Deus. Não obstante, há o
perigo da superficialidade provocada pelo excesso de velocidade.
Jesus
Cristo foi o grande comunicador do projeto de Deus Pai. Assumiu tal realidade a
partir do relacionamento criado dentro de um grupo, chamado grupo dos
Apóstolos. Ele os enviou para formar comunidades vivas, apoiadas na
fraternidade e no compromisso mútuo. O isolamento era concebido como falta de
comunicação.
A
proposta de Jesus para os Apóstolos era de que eles fossem comunicadores da
Palavra inspirada e que conseguissem atingir o coração das pessoas. Esse
mandato continua na Igreja hoje, facilitado pelos grandes e perfeitos
instrumentos que conseguem ressoar a Palavra com uma abrangência quase
indeterminada.
Para uma espiritualidade "ativa", a Igreja
precisa estar presente na mídia com seu compromisso missionário de fazer de
todas as pessoas discípulas de Jesus Cristo e vivam a comunicação como dom de
Deus. Quem comunica faz-se próximo e reconhece seu potencial humano de
proximidade, sem nenhuma atitude de manipulação e desrespeito para com o outro,
criando diálogo.
Dom
Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba
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