Para o político sem princípios, as manifestações que surgiram em
todo o Brasil de Norte a Sul nada dizem, pois continua falando mais alto a “Lei
de Gerson”, a lei de “levar vantagem em tudo”.
A
pouca vergonha e a imoralidade pública continuam existindo, quer nas compras
superfaturadas, quer no apadrinhamento e no favorecimento ilícito, quer na
absolvição de corruptos comprovados, num total sinal de desrespeito ao povo
brasileiro, ou melhor, como o dito popular “estão cagando e andando” para o
povo.
Como diria Boris Casoy, “isto é uma vergonha!”. Com
a corrupção institucionalizada, não sobra um poder que esteja isento deste
malefício que tantos danos têm causado ao país. “Isto é uma vergonha!”.
Fazer
o quê? Se antigamente “um fio do bigode” era o suficiente para apalavrar um
negócio ou um compromisso, hoje nem papel assinado garante o compromisso
empenhado. “Isto é uma vergonha!”.
O
pior de tudo é que muitos homens de bem sentem vergonha de ser de bem, pois quando
se manifestam contrários ao sistema corrupto e perverso tornam-se alvo de achincalho
pelos verdadeiros “pulhas” da sociedade. “Isto é uma vergonha!”.
A
defesa dos interesses pessoais e de grupos tenta prevalecer a todo instante
sobre os interesses da maioria. Vide o caso dos médicos em que ninguém quer ir
para onde não corre dinheiro, mas quer fechar as portas para aqueles que querem
exercer a medicina cumprindo com o compromisso assumido no momento do juramento
feito para o exercício da profissão. “Isto é uma vergonha!”.
Com
poderes comprometidos entre si fica difícil para o povo saber a quem recorrer
quando vê seus direitos aviltados, fato que gera intranquilidade e o
desconforto nacional. “Isto é uma vergonha!”.
Procurar
homens honestos na política é o mesmo que procurar “agulha no palheiro”. Não
que os homens honestos não queiram dar sua cota de contribuição para o bem do
país e para amenizar a dor alheia, mas porque o povo quando apoia um político
corrupto, mostra que não é vítima do sistema, mas cúmplice do mesmo. “Isto é
uma vergonha!”.
O
homem público que não se incomoda com a dor do outro não pode ser homem
público, pois o princípio daquele que se propõe a representar o povo deveria
ser o servir ao invés do ser servido.
A
cumplicidade do povo com o sistema ao qual ele mesmo repudia é que sustenta
esse sistema doente.
O
povo tem que aprender que não precisa que ninguém fique rindo para ele pelos
cantos da cidade em época de eleição, e muito menos que se apresente com
salvador da pátria, sem que tenha conteúdo concreto a apresentar, pois se o povo
não aprender a adquirir a verdadeira consciência dos seus Direitos e Deveres,
estará sempre colocando raposas para tomar conta do galinheiro.
A
eleição passada trouxe um quê de diferente das demais eleições, pois as redes
sociais serviram de verdadeiros palanques eleitorais onde os mal intencionados
procuravam desmerecer e desacreditar todas e quaisquer denúncias que fossem
feitas contra aqueles abutres da política. Verdadeiros carniceiros que afiavam
suas unhas e seus bicos para eleger políticos que sabiam que iam subtrair dos
Cofres Públicos o que pudessem, não se preocupando quantas bocas passam fome,
quantas crianças não têm educação ou vivem nas drogas, quantos velhos ficariam
desprotegidos, quantos doentes ficariam sem remédios, enfim, quantos que menos
tem ficariam ainda mais desamparados. “Isto é uma vergonha!”.
E
nós perguntamos: Onde estão os arautos das redes sociais, que com prepotência e
arrogância, descaso e desrespeito, tratavam cidadãos de bem de forma
ultrajante? Onde estão os “pulhas” da sociedade que contribuem e colaboram para
eleger corruptos e maus-caráter para representar a sociedade da qual eles mesmo
fazem parte?
Albino Neves
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