sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Carangola corre o risco de sofrer enchente igual ou maior do que a de 1985



Na Rua Sebastião Frossard morador remove móveis


Agora à noite Práça da Matriz próximo ao Correio, foto recebida do Jurandai's
Ponte da Rua Padre Cândido acesso à Rodoviária. Foto Eduardo Sousa.
Na Rua Marechal. Foto recebida do Jurandai's


Capa do Jornal Folha da Mata - edição de 1985 retratando a enchente em Carangola
No dia 26 de janeiro de 1985, o jornalista Albino Neves cobriu através do Jornal Folha da Mata a maior enchente da história de Carangola a qual deixou um rastro de destruição e também vítimas fatais.

A enchente de 1985 causou a destruição de casas, levou a falências comerciantes, enquanto que outros tiveram grandes prejuízos chegando a perder quase tudo que tinham em seus estoques, além do fato da enchente ter deixado dezenas de carangolenses ribeirinhos desabrigados.


Coincidência ou não, o Prefeito em 1985 era o atual Prefeito de Carangola Paulo Pettersen.


As fortes chuvas que abateram sobre Carangola e região desde o dia 22 de janeiro provocaram o crescimento do nível de água do Rio Carangola acentuadamente, tendo o mesmo crescido mais de 5 metros de seu nível normal. 


Com o crescimento das águas do Rio Carangola hoje (24/01/2020) muitas famílias já estão desabrigadas e abrigadas na Escola Antônio Marques.

Algumas áreas já foram afetadas: É impossível trafegar de carro da Rua Santos Dumont para o bairro da Amendoeira; na entrada da cidade, no sentido Fervedouro - Carangola uma barreira começou a deslizar; o Parque Municipal está completamente alagado; em frente ao Supermercado Marinho (filial), a água tomou conta da pista; na altura o Posto Marechal também a pista começou a ser tomada pelas águas; na estrada Carangola – Fervedouro diversas barreiras caíram para dentro da pista; na altura do antigo Motel a situação é delicada; na estrada Carangola – Espera Feliz, no alto da serra, um deslocamento de pedras invadiu a BR 262; além disso, vários locais estão em risco de deslizamento de terra. Diante desse quadro e das previsões da chuva continuar nas cabeceiras do Rio Carangola a situação requer grande atenção e preocupação por parte da Defesa Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Militar e autoridades do município.


Na tarde do dia 24 as águas começaram a baixar em Divino, vale lembrar que lá recebe as águas de Orizânia, onde se encontra a nascente do Rio Carangola. Enquanto as águas baixavam em Divino cresciam em São Manoel do Boi.


Graças às ações de esclarecimento e alerta emitidas por Luciano Neves, chefe da Defesa Civil Municipal, muitos comerciantes e moradores estão de prontidão e tomando medidas preventivas para não terem prejuízos materiais, como já aconteceu no passado.

Lixo às margens do rio é uma constante
 O chefe da Defesa Civil Municipal Luciano Neves informou que 11 casas foram interditadas no bairro próximo à Caixa D’Água e que existe o risco iminente de desabamento de outras três. Luciano informou que diversas famílias já estão abrigadas na Escola Antônio Marques a qual fora previamente preparada para acolher aos que necessitarem de abrigo.


Luciano Neves comunicou que a Defesa Civil de Carangola se reuniu no dia 22 com o Prefeito municipal Paulo Pettersen, secretários municipais, chefes de departamentos e Policia Militar para montar um Plano de Emergência e que isso muito está ajudando para evitar prejuízos materiais e perdas de vidas. “Todos os Postos de Saúde estão prontos para atender a população em caso de emergência e nós da Defesa Civil estamos trabalhando 24 horas por dia para atender e socorrer aos que precisarem de nosso apoio” destacou.

A Defesa Civil está atendendo no horário comercial através do telefone 199 e 24 horas através do celular 999253826.
Apesar das águas darem sinal de estarem baixando Luciano Neves alertou que a situação ainda é de “Alerta Vermelho” e preocupante visto que a previsão é de chuva nas cabeceiras do Rio Carangola o que pode provocar um aumento considerável do nível da água e o Rio Carangola jogar mais água para fora de sua caixa, portanto, a situação continua preocupante e, “enquanto a situação não normalizar, continua permanecendo o nível de ‘Alerta Vermelho’, visto que a prevenção é o melhor ‘remédio’ a ser ministrado nesta hora” enfatizou o chefe da Defesa Civil.


Uma equipe da Rede Hidrometeorológica Nacional, CPRN e Agência Nacional de Águas está monitorando as águas do Rio Carangola, desta feita, próximo ao Campus da Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, onde há décadas existe uma estação de monitoramento das águas do Rio Carangola, abaixo de Carangola existem os municípios de Faria Lemos e Tombos (Minas Gerais) que recebem as águas do Rio Carangola e também Natividade, Porciúncula e Itaperuna (onde desagua o rio Carangola - estado do Rio de Janeiro) que também recebem as águas que passam por Carangola.  



Não bastasse a contaminação do Rio Carangola por produtos químicos da maior periculosidade para a vida e a saúde humana tais como pesticidas, herbicidas, inseticidas e agrotóxicos dos mais variados o rio também sofre com o lixo atirado dentro dele diariamente por pessoas irresponsáveis, além dos cortes de terra indiscriminados que causam o assoreamento e esta é a hora oportuna para se pedir mais respeito à vida do Rio Carangola, fica a dica a toda a população. 




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